terça-feira, 20 de novembro de 2018

Fome



Todo lugar existem aquelas pessoas que vão a parques ou praças e alimentam pássaros, normalmente pombas, vocês já devem ter visto pelo menos em filmes, certo? Essas pessoas estão ali sem ocupação, comendo algo e, quando olham para os pássaros, com aquele olhar pedindo uma migalhinha, eles dão! Logo em seguida voltam a comer distraidamente, vivendo suas vidas sem prestar tanta atenção nos pássaros. De tempo em tempo jogam suas migalhas para eles novamente, só porque é gostoso tê-los ali por perto. Quando terminam seu lanche e precisam ir embora, vão, e os pássaros são enxotados, sem nenhuma explicação. Ora, são apenas pássaros famintos pelas migalhas daquela pessoa.

Assim funcionam alguns relacionamentos. Às vezes existem duas pessoas que se amam e alimentam esse amor que sentem juntas, outras vezes um deles fica insistindo para o outro alimentar o amor junto, mas acaba como os pássaros da praça, recebendo apenas migalhas. E fica nesse ciclo de receber migalhas e ser enxotado. Vive meio triste, com fome de mais amor. Até que o outro volta com suas migalhas de carinho e atenção, sacia um pouco a fome de amor e volta a enxotar. E a pessoa pensa “eu tenho tanto amor para dar, poderia matar a fome do mundo” e ela adoraria alimentar o outro sem medo de se machucar e se magoar, mas então ele a enxota novamente. E ela vai vivendo assim... Mas sempre se perguntando “até quando?”.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Histórias Infantis

   Engraçada e triste coincidência: esses dias meu filho caçula pediu para assistir desenho do lobo. Passou dos Três porquinhos e, em seguida, aquele da mamãe carneiro e seus filhotes. Não sei se você já assistiu, mas é sobre uma mamãe carneiro que precisa sair e deixa seus sete carneirinhos em casa, com a instrução de abrir para ninguém, apenas para ela - nunca entendi o por quê dela não levar uma chave. hehe - enfim, chega o lobo e tenta enganar os carneirinhos e acaba conseguindo, comendo todos. Ao final, a mamãe acaba resgatando seus filhotes, mas não é esse o ponto desse texto. O ponto é que, um dia depois, vivi o que aqueles filhotes viveram: acreditei num lobo que estava usando pele de cordeiro. 


   Nessa vida, temos que cuidar de nossas ações, sermos bons apesar dos outros, pois como diziam nossos pais quando éramos adolescentes: "confio em você, não confio é nos outros", hoje eu sei o que significa isso. E a gente acha que sendo adultos, estamos livres de passar por bobos, que somos mais espertos e acabamos por ficar tão confiantes em nós e esquecemos de não confiar tanto nos outros. Não precisa paranóia, claro, mas, se eu puder deixar um conselho aqui a você, leitor, não confie. Pode ser uma pessoa maravilhosa, cheia de postagens bonitas e cordiais (tempos de rede social), cheia de frases de efeito sobre moral, cheia de bater no peito e dizer que faz o bem, ter um monte de "amigos", mesmo assim, você não confie. Se já confiou, como eu o fiz e "se deu mal" também, aprenda essa lição. Confie apenas em quem "corre do teu lado", quem permaneceu nos teus maus momentos e que está do teu lado há bastante tempo. Peles de cordeiro não demoram muito para cair.

   Você que está lendo pode ser o lobo também. Saiba que você existe para fazer nós carneirinhos, ficarmos mais fortes. Mas você pode deixar de ser lobo, não é bom para você, pois uma hora a mamãe vai te achar e acabar com tua raça... quero dizer, uma hora o lobo paga e paga caro!




   Nunca somos experientes demais ou espertos demais para conviver com lobos, pois, perto deles, seremos sempre carneirinhos sem nossas mães.