domingo, 1 de agosto de 2010

O pássaro e a árvore

Estou aqui, firme como uma pequena árvore em meio a um furacão. Está dificil me segurar, me manter no mesmo lugar na esperança daquele passarinho voltar a pousar no meu galho quando o furacão passar. Mas estou tentando. Indo contra a vontade de me deixar levar. Mas se eu for embora de vez, como o passarinho vai me achar?? Meu medo é que seja uma ilusão, que depois que o furacão for embora, eu fique aqui e tenha esperado em vão...

E se eu me deixar levar e cair num lugar melhor? E se lá, onde o furacão me levar, tiver outro pássaro? Um que fique no meu galho mesmo quando passar outro furacão. Dúvidas...

Devo desistir? Devo me soltar? O pássaro quis que eu fosse feliz, e isso eu já sou em partes. Tirando alguns galhos que cairam de mim, tirando os traumas do passado, eu já sou feliz.

Dificil é saber o que é certo. Que caminho seguir. O pássaro não teve dúvidas quando viu o furacão se aproximando, ele até tentou se segurar, mas não foi forte e corajoso o suficiente para ficar. Logo voou.

E eu fiquei. Estou aqui, porque algo me diz que ele é um pássaro honrado e que merece que eu seja forte e que ele vai perceber e que tudo isso que passou, nos deixe mais fortes para próximos furacões. E então, ele será forte também. O suficiente para enfrentar junto comigo. Um segurando o outro. Algo me diz que temos muita coisa para ver e viver juntos depois do furacão. Por mais que toda a situação peça para eu me soltar e voar até onde o furacão me deixar, fico aqui, firme e forte. Porque achar um outro pássaro agora, não me faria feliz. Seria confuso. Pode ser que mesmo eu ficando aqui, venha algum outro passarinho. Não preciso sair do meu lugar. Então, decido continuar aqui, esperando você voltar. Não perco nada com isso, se tiver que ser outro passarinho, estarei pronta pra ele também depois do furacão.

Eu estou me esforçando, por você passarinho. Se eu não aguentar ou se outro pássaro pousar em mim, saiba que não foi por falta de tentativa e de vontade, foi porque você demorou muito.
(Carol R)

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