segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O Progresso do Desamor.

Não sei como os outros criam seus textos, poemas, mas eu faço assim: vem uma frase interessante na mente, a escrevo num papel qualquer e, dali, desenvolvo. É claro que para isso tem que ser bem sensível e um tanto poética, mas isso eu acredito que sou.

Enfim, me peguei pensando em coisas que minha mãe dizia e me lembrei da voz dela. Essa eu nunca esqueço, incrível! Mas e sobre voz de ex amor? (se é que isso existe, mas não vou entrar nesse mérito hoje). Bem, daí veio: 

"O Progresso do Desamor.". 

No início do fim, nós passamos por fases. A primeira é a negação. Falamos tudo usando o não ou palavras negativas tipo "não é possível, não pode ter acabado assim, como não percebi isso antes, por que não eu ou porque não ela (o)". Passada essa, vamos para raiva. Raiva ardente, agoniante e até mesmo antagônica, pois você odeia amar tanto. Quer xingar, quer bater, escrever textos de ódio, beijar o primeiro que aparecer... Então vem a terceira fase, a tristeza. Profunda e dolorida. Uma saudade daquela rotina, lembra da pessoa e chora (ou quase), uma vontade de ouvir a voz. Ahhh, a voz! Quando você percebe que não lembra mais da voz é quando você está ficando livre! Começa a lembrar dos momentos bons apenas como lembranças carinhosas e já não lhe trazem mais angustia. E você passa a ver as possibilidades da vida com mais clareza: aquele rapaz que sempre te deu 'bola' e você nunca, o amigo da amiga que já tem emprego bom, carro, quem sabe até filho (não é que ficamos interesseiros, mas a estabilidade atrai também), aquele ex caso que não deu certo por questões atemporais, passam a ser possibilidades. E você sente que enfim acabou todo aquele processo de desapego tão duro, tão difícil, tão doloroso, quase depressivo e pensa no Soneto de Vinícius em seu final e, claro que seria no final: "...quem sabe a morte, angústia de quem vive, quem sabe a solidão, fim de quem ama, eu possa lhe dizer do amor (que tive). Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.". Enquanto durou... 


A vida volta a ter cor, de uma forma diferente de antes, mas colorida. 

"Don't worry about a thing, cause every little thing is gonna be alright!"

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